sábado, 17 de novembro de 2007

Inspiração

Tardes calmas, pensamentos se transformam em balas
Um disparo em direção à corações e almas
Reflexões em canções alteram direções
Minhas ações estão ligadas às percepções
E nessa sina eu sigo entre rivais e amigos
E meus sentidos sempre ignoram os avisos
Estou ciente dentro da minha loucura
Que incomodo muita gente com a minha postura
Mas a questão não é como se posta, mas o que se mostra
E como se eu não soubesse o que falam pelas minhas costas
Dialética com métrica abordando a ética
Sociedade cética, necessidade estética
Entre lendas e profecias, filósofos e messias
Traço meu destino, assino minha alforria
Me liberto de pudores, saboreio minhas dores
Em cálices de vinhos disfarçados de amores
Um show de fantoches, pratico meu esporte
Nas rimas de deboche é onde mostro o ponto forte
Noites frias, a perfeição busca a simetria
Rimas em combustão e ao mesmo tempo em autofagia
E então num processo em vão de criação
Misturo ficção e discografia em uma folha vazia
Minhas influências são cadáveres opostos
Um pregando a violência o outro a paz, mas ambos mortos
Defendendo um mesmo ideal, amor e igualdade
E no final, imortalizados pela sociedade...
Mas enquanto vivos sempre julgados, segue o aprendizado
As equações mudam mas sempre com o mesmo resultado
Dizem que o tempo é infinito, pra mim é um ciclo
A história se repete, os mesmos erros e conflitos
Procuro algo pra me inspirar, mas eu sei que nunca é assim
A inspiração está no ar e ela decide quando vêm à mim.

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